Cinema e café: O mínimo para viver

09 novembro 2017


cinema e café

Marina Landert

Ficha técnica:
Direção: Marti Knox
Elenco: Lilly Collins, Keanu Reeves, Carrie Preston e Lili Taylor
Sinopse: O mínimo para viver acompanha a história de Ellen, uma garota de 20 anos que tem anorexia nervosa e seus altos e baixos com idas e vindas de clínicas de reabilitações.


Olá pessoal, tudo bem?
O Cinema & Café de hoje tem uma boa dose de drama e um tema muito delicado e de difícil abordagem. O Mínimo para viver, filme lançado este ano pelo Netflix, trata da anorexia da personagem Ellen e as lutas por sua recuperação.
Assisti O Mínimo para viver logo após seu lançamento que teve muita repercussão, tanto positiva, como negativa. No entanto, demorei bastante para escrever minha opinião sobre o filme diante da complexidade e dificuldade do tema. O mínimo para viver conta a história de Ellen, uma jovem garota que sofre de anorexia nervosa e já passou por diversas clínicas de reabilitação sem muito sucesso.
o mínnimo para viver02
No início do filme, Ellen (Lilly Collins) deixa mais uma clínica de reabilitação e volta para a casa de seu pai, onde vive com sua irmã Kelly (Liana Liberato) e com sua madrasta Susan (Carrie Preston). Ao voltar da clínica Ellen se depara em um caminho sem muitas opções. Em casa, com um pai ausente, sua madrasta assume as rédeas da situação fazendo um controle grande sobre a alimentação de Ellen e quer que a garota tente outro tratamento para a doença. A outra opção de Ellen é voltar para Phoenix com sua mãe, que não está muito receptiva com a sua possível vinda.
Assim, Susan quer que Ellen teste mais um tratamento, com o famoso Dr. William Beckham (Keanu Reeves), conhecido por suas técnicas diferentes. A primeira é que em durante o tratamento em sua clínica as pacientes não podem falar de comida, o que vai causar muito incômodo para Ellen, que tem como tática uma incansável contagem de calorias.
Na nova clínica, somos apresentados a diversos pacientes que passam pelo mesmo problema de Ellen e que cada um lida à sua maneira com a doença. A partir daí o filme mostra a sequência do tratamento na clínica, que não segue muito o que normalmente se esperaria.

 A primeira vez que assisti O Mínimo para Viver esperava um filme dramático, mas com um toque mais leve, como 28 dias (2000) ou Garota Interrompida (1999), filmes que tratam de doenças críticas também como alcoolismo e transtorno de personalidade limítrofe, respectivamente. No entanto, não é o que encontramos aqui. O Mínimo para Viver trata o tema de uma forma bem profunda, sem muita censura para o que mostra. Dessa forma, por muitos momentos temos cenas que surpreendem e por vezes podem incomodar.
o mínomo para viver01
Durante todo o filme vemos uma Ellen com uma atitude um tanto quanto alheia a tudo o que acontece ao seu redor, e influenciada por um lar totalmente disfuncional. Ainda que por certo momento quando conhece o personagem de Luke (Alex Sharp), outro paciente da clínica, Ellen melhora um pouco de sua atitude e percepção, logo sua doença assume outras formas e sua atitude acaba regredindo também.
O principal acerto de O Mínimo para Viver é a forma como trata a doença, bem direto e cru, mostrando como é essa doença e o que os pacientes passam. Em filmes que abordam doenças e clínicas de reabilitação como 28 dias e Garota Interrompida, é comum mostrar o problema de uma forma que seja melhor recebida pelo público, mais comercial e por vezes mais “fantasiosa”. Por se tratarem de problemas de difícil abordagem, é comum serem tratados de forma mais superficial. Aqui isso não ocorre, e o diretor procura mostrar o problema de forma bem direta e imagino que mais real. Por isso, por vezes pode ser difícil assistir e algumas cenas são um pouco incômodas, mas que sem nenhuma dúvida tem que serem discutidas.
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Outro acerto está na escolha do elenco. Lilly Collins encabeça o filme como Ellen, e consegue entregar toda a profundidade e seriedade que a personagem necessita. Pesquisando na internet sobre o filme, vi que a atriz já passou por esse problema e talvez isso tenha também colaborado para que a atriz conseguisse interpretar o papel de forma tão certeira. Quem também está muito bem é Keanu Reeves, que vinha colecionando papeis em filmes pequenos nos últimos anos, mas que dá a seriedade necessária para o médico que tem táticas um tanto quanto não ortodoxas.
Outro ponto positivo está no retrato de família de Ellen, desde uma madrasta problemática, mas a que mais se preocupa com a garota, à irmã com quem tem uma bonita relação e que tem atitudes e posturas e forma de encarar a situação totalmente diferente de Ellen, e por fim sua mãe Judy (Lili Taylor) com uma posição que diverge da realidade e de toda a situação.
Assim, O Mínimo para Viver é um filme modesto, sem muita produção ou alarde, mas que traz um debate muito importante sobre uma terrível doença e o faz com muita seriedade e sobriedade, e com um elenco que consegue entregar um bom filme do começo ao fim. Recomendo bastante.
Bom filme e até a próxima!

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Marina Landert
Sobre o Autor Marina Landert, ou Mari, como preferir. Jornalista viciada em uma boa história e que não vive sem um bom livro na bolsa. Apaixonada por filmes, séries, música e por viajar. - See more at: http://intheskyblog.blogspot.com.br/p/sobre.

10 comentários :

  1. Olá!
    Quando vi o anúncio desse filme na Netflix me chamou bastante atenção justamente por se tratar de um tema que atinge tantas idades, mas principalmente as jovens. Acho importante ter mais filmes, documentários mais acessíveis, para trazer debates e muitas reflexões.
    Ainda não consegui assistir, mas está salvo na minha lista e pretendo fazer em breve.
    Adorei sua postagem!
    Beijos!

    Camila de Moraes

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  2. Oiii Marina tudo bem?
    Esses é um dos filmes que mais tenho vontade de ler menina, parece ser aquele tipo de filme que nos faz refletir e sabe que é uma realidade que muitas meninas passam para chegar ao padrão ideal, dica anotada e adorei saber a sua opinião.
    Abraços

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  3. Oi.
    Essa é uma doença sobre a qual eu não sei muito a respeito e não entendo muito bem também. Acho que por não conhecer ninguém que tenha passado por isso eu nunca tive muita curiosidade em pesquisar e saber mais. Gostei do fato de esse filme trazer uma abordagem mais realista e acho que gostaria de assistir.
    Dica anotada.
    Beijos.

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  4. Olá!! :)

    Eu confesso que não conhecia este filme, mas gostei de conferir a dica! Ainda bem que recomendas bastante!!

    Acho ótimo que as personagens apresentem profundidade, e que o filme mantenha a qualidade, mesmo que sem grande "alarido".

    Boas leituras!! ;)
    no-conforto-dos-livros.webnode.com

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  5. Ooi! Ainda não consegui parar para ver esse filme. Meu maior interesse é por causa do Keanu, adoro quando ele faz uns papeis mais sérios e que nada tenham a ver com ação e violência. O tema não é muito do meu interesse, para ser sincera, mas acredito que pela forma como você descreveu eu vou acabar gostando principalmente por ele não ficar romantizando a doença.

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  6. Oiii Marina

    Realmente a maioria dos filmes que se propoem a retratar assuntos mais fortes acabam focando de maneira mais comercial ou até mesmo superficial. Fico feliz em saber que esse filme vai direto ao ponto, expondo de verdade cada momento na vida de alguém que sofre com anorexia. Achei Lily Collins fabulosa, sempre gostei dela como atriz, é bem aclética e pelo trailer dá pra notar que nesse filme ela literalmente se entregou ao personagem.

    Beijos

    aliceandthebooks.blogspot.com

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  7. Oi, tudo bem?
    Eu ainda não assisti esse filme, mas tenho curiosidade. Primeiro, pela importância do tema que ele aborda. Acredito que tenham cenas que incomodem mesmo, mas achei bom ser um filme tão real e que trata do assunto com seriedade.
    Além disso, antes de assistir já curti o elenco pelo simples fato de ser com o Keanu Reeves. Fiquei feliz de saber que o restante do elenco também está adequado, especialmente a Lily Collins.
    Adorei a dica e espero assistir esse filme em breve.
    Beijos!

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  8. Oi Marina, já ouvi falar muito deste filme, mas como é pelo netflix, acabo nem vendo. O que me chamou atenção foi a realidade das coisas e o assunto sério que ele aborda.
    Bjs, Rose.

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  9. Oie amoreca,

    Sou um pouco afastada de filmes, poucos são os que me atrevo a assistir.
    Sendo sincera, não curti esse não.
    Passo a dica!

    Beijokas!
    www.facesdeumacapa.com.br

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  10. Olá, como vai?
    Já tinha ouvido falar do filme, mas não procurei me informar e nem fiz questão de assistir. Agora, depois da sua resenha, fiquei com vontade de ver, para compreender melhor esse transtorno alimentar. Já sou fã desses atores mesmo. Assim que me sobrar um tempinho vou assistir com certeza. Um beijo e muito sucesso aqui. Até a próxima!!!

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