Resenha: Um Menino em Um Milhão, Monica Wood

07 setembro 2017

Resenha de Livro

Por Elaine Moreira

Delicado e único como um floco de neve.
Queria ter outras palavras mais bonitas e mais intensas para descrever a experiência que foi ler Um menino em um Milhão, mas elas não me ocorrem, não parecem boas o suficiente.
Começo então por dizer que este livro, desde as suas primeiras páginas, já passou a fazer parte da minha lista de Livros Favoritos da Vida!
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Um Menino em Um Milhão Monica Wood

Quinn Porter é um guitarrista de meia-idade que nunca conseguiu deslanchar na carreira. Enquanto aguardava sua grande chance na música, foi um marido e pai ausente, e jamais conseguiu estabelecer um vínculo afetivo com o filho, uma criança obcecada pelo Livro dos Recordes e algumas peculiares coleções.
Quando o menino morre inesperadamente, alguém precisa substituí-lo em sua tarefa de escoteiro: as visitas semanais à astuta Ona Vitkus, uma centenária imigrante lituana.
Quinn assume então o compromisso do filho durante os sete sábados seguintes e tenta ajudar Ona a obter o recorde de Motorista Habilitada Mais Velha. Através do convívio com a idosa, ele descobre aos poucos o filho que nunca conheceu, um menino generoso, sempre disposto a escutar e transformar a vida da sua inusitada amiga. Juntos, os dois encontrarão na amizade uma nova razão para viver.
Um Menino em Um Milhão é um livro sensível, poético e bem-humorado, formado por corações partidos e aparentemente sem cura, mas unidos por um elo de impressionante devoção pessoal.
Edição: 1
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580416930
Ano: 2017
Páginas: 352
Tradutor: Marcelo Mendes
Monica Wood tem uma narrativa leve e extremamente despretensiosa para descrever as relações humanas, tanto que nela largamos o nosso moralismo para deixar de pensar no politicamente correto e apenas ler, absorver, consumir.
Desde a resenha, já se sabe que a história é triste e dolorida, não como um beliscão, mas como aquela dor de cabeça que já te acompanha a dias, a ponto de já quase ter sido esquecida. Quinn é um guitarrista brilhante que sempre priorizou a música e que por conta disse sempre teve uma relação difícil com a esposa e distante com o filho que não para de contar as coisas e não consegue sentir a música.


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Ao começar o livro já sabemos que o menino se foi, o que restou é a certeza de que ele era único e que havia criado uma relação de verdadeira amizade com Ona Vitkus, uma centenária de 104 anos com quem planeja bater um recorde.
Esses são os personagens centrais da história, um músico sonhador, uma senhora guerreira e um menino que não existe mais.
Tudo o que sabemos a respeito do menino é a partir de lembranças. E a existência dele foi tão marcante que sentimos a presença dele o tempo todo! Ao ponto de esquecermos de que na verdade ele não está mais ali, para sermos lembrados em seguida de uma forma muito natural e abrupta.
Quinn não conseguiu em vida criar um vínculo real com o menino. Ona tinha nele a oportunidade de sonhar, algo a que se apegar. E é na relação dos dois que descobrimos o quão especial era o menino, assim como é através das memórias que eles vão resgatando a si mesmos.
Lindo! Poético! Em todas as páginas!

Assim como o projeto gráfico que é delicado e bonito, criando pausas nos momentos certos para assimilarmos a dor da perda sem sermos derrubados por ela.
Uma das frases que mais que impactou foi durante uma conversa entre Queen e Ona. Ela alega que o mundo se divide entre sonhadores e guerreiros, sendo ela uma guerreira e Quenn inevitavelmente um sonhador. Mas ela diz que quando estava com o menino ela também se tornava uma sonhadora.
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Pequenas pérolas que nos são entregues aos poucos, na medida, assim como a percepção de Quenn é gradativa a respeito de quem era o filho e de como na verdade ele era o único que o entendia, que o via de forma crua, a ponto de através dos olhos dele se descobrir um guerreiro.
São 348 páginas e eu amei cada palavra, cada frase, cada revelação. A todo instante queria ouvir o menino, queria vê-lo, queria conversar com ele e absorver um pouco dessa alma iluminada que só ele tinha, ser contaminada pela bondade e pureza dele. Mas ele surge apenas como uma sombra forte e potente, mas sem se fazer totalmente nítido, acredito que até para que não se perca a poesia que permeia sua figura.

Agora ele é para mim como um amigo que conheci a muito tempo, de quem lembro com extremo carinho e intensa saudade, mas cujo rosto não me é mais tão claro.
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Elaine Moreira
Sobre o Autor Beco da Leitura  https://www.facebook.com/blogbecodaleitura/

3 comentários :

  1. Olá!
    Nossa, nunca tinha lido nada sobre o livro, mas seus comentários me fizeram adiciona-lo no skoob. Ele parece aqueles livros que descobrimos á toa mas que alugam um espaço em nossos corações para o resto da vida. Parabéns pela resenha!

    Abraço,
    Lupi Literatus

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  2. Ja li esse livro e Acho a capa desse livro muito bonita. Estou louco para ler uma menina em um milhão. Adorei sua resenha pois é clara e objetiva.

    Um forte abraço!

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  3. Parece ser um livro muito bem escrito, que é o que faz a diferença.

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